Pandemias históricas
O uso da máscara respiratória como forma de proteção e prevenção é uma das coisas que algumas pandemias têm em comum. Foto por Tai’s Captures em Unsplash
Com a pandemia do novo coronavírus, medidas de proteção e prevenção como quarentena e isolamento social podem parecer novidade, mas, na verdade, não é a primeira vez que uma doença exige medidas como essas. É possível listar algumas pandemias que marcaram a História e ajudam a comprovar que a humanidade já encarou algo assim antes.
1. Peste Negra - 1343 e 1353
A roupa de corvo era a vestimenta usada pelos médicos que tratavam da peste negra. Os especialistas cobriam todas as partes de seus corpos para evitar a contaminação.
Uma das mais antigas, a Peste Bubônica, também chamada de Peste Negra, apareceu durante a Idade Média, em países da Europa, entre 1343 e 1353. Acredita-se que a doença, gerada pelo bacilo Yersinia pestis, tenha matado um terço da população europeia daquele período. O número de vítimas fica em torno de 75 a 200 milhões de mortes. Um de seus sintomas mais marcantes era a presença de manchas negras na pele, o que deu origem ao nome Peste Negra.
Inicialmente, sua propagação deu-se por meio de ratos, mas, em um estágio mais avançado, a doença começou a se propagar por via aérea, por meio de espirros e gotículas. Um fator que fazia com que a doença se espalhasse era a falta de saneamento básico de qualidade. Assim, o site Aventuras na História conta que a medida mais forte para extinguir a enfermidade foi passar a limpar os municípios corretamente e implementar o tratamento das águas. Além disso, as pessoas sadias passaram a permanecer em casa e saíam só quando extremamente necessário.
2. Gripe Espanhola - 1918 e 1920
Com o enorme número de infectados pela gripe espanhola, medidas emergenciais, como a improvisação de hospitais e leitos, foram tomadas pelo países que tiveram seus sistemas de saúde sobrecarregados.
Uma das pandemias mais famosas é a Gripe Espanhola, uma variação do vírus influenza. O surto da doença aconteceu entre 1918 e 1920 e, apesar do nome, teve seus primeiros casos registrados nos Estados Unidos. Um dos motivos que levou o vírus a se espalhar com tanta facilidade foi a movimentação das tropas durante a Primeira Guerra Mundial.
A Gripe Espanhola é de alto contágio e tem sintomas parecidos a uma gripe normal. Com o aumento do número de casos da doença, o sistema de saúde de alguns países da Europa e dos Estados Unidos entrou em colapso e várias medidas emergenciais tiveram que ser tomadas, como explica o site História do Mundo. Por esses motivos, diversos lugares resolveram adotar o isolamento social e, nos Estados Unidos, o uso de máscaras passou a ser obrigatório. Várias semelhanças com o coronavírus, não?
3. Gripe Suína - 2009
De acordo com o estudo da USP, a taxa de letalidade pela gripe suína, no Brasil, em 2009, foi de 3,9%. Isso significa que dos 53.797 casos confirmados de H1N1, 2.098 levaram a óbito.
O surto da Gripe Suína deu-se em 2009 e surgiu no México. A enfermidade tem sintomas parecidos com os de gripe e sua transmissão acontece do mesmo jeito, a grande diferença é que a Gripe Suína pode causar graves complicações de saúde e levar a óbito. De acordo com o Instituto Fernandes Figueira, evitar locais fechados ou aglomerações, lavar sempre as mãos e ter um frasco de álcool-gel para esterilizar as mãos são algumas maneiras de evitar o contágio.
sobre o autor:
Natália Bosco, Editora de texto; autora de “Pandemias históricas”— Essa não é a primeira vez na História que uma doença exige isolamento social como forma de prevenção e contenção. O texto mostra alguns exemplos de pandemias virais que preocuparam a humanidade